JUNHO DE 2012 Os desafios juninos difíceis, mas animadores O presente editorial vem bem a propósito das sempre renovadas, agradáveis e tradicionais Festas Juninas que vivenciamos este mês. Lembro que desde os primeiros anos de privatização das Telecomunicações no Brasil já assistíamos uma dança de cadeiras nas direções e grupos gestores das operadoras de telefonia, incluindo suas terceirizadas e até quarteirizadas. No entanto, o tal "troca-troca" está longe de ser uma brincadeira junina, lúdica e alegre, que mexe com o bom caipira que vive dentro de cada brasileiro. Muito pelo contrário! Praticamente, não há negociação que enfrentemos País afora na qual não esteja em volta da mesa novas caras ou – o que não nos surpreende mais – o mesmo negociador representando outro grupo, outra bandeira. Nada de mais extraordinário, fosse isso uma coincidência. Vemos que é uma estratégia, um meio de levar as negociações para um lugar comum, para a conhecida vala comum dos achatamentos salariais, dos cortes de direitos e benefícios e, o que é mais cruel, a precarização indiscriminada das condições de trabalho no Setor. Já denunciávamos lá em 1998, nos primórdios do modelo nacional privado, a substituição, quase pura e simples, do monopólio estatal – carente e propositalmente sucateado – pelo monopólio transnacional, de interesses obviamente particulares e, por isso mesmo, só voltado ao lucro do negócio, custe o que custar. Pois o que vemos reiteradas vezes nas dezenas de negociações que fizemos ao longo de cada ano é uma uniformização do achaque e a desvalorização da força de trabalho de nossa Categoria. Atuam de forma cíclica, sistêmica, com o intuito de rebaixar o nível das relações de trabalho e até a perda da qualidade dos serviços prestados aos usuários, tudo isso em nome de redobrados lucros e uma escalada de poder de fogo jamais vista em tempo algum. Participamos com entusiasmo da última reunião da Fenattel, em São Paulo. Durante três dias, os dirigentes da nossa Federação e dos Sindicatos filiados de todo o Brasil, debateram as formas de unificar as ações sindicais, não só na esfera negocial, mas, também, na comunicação sindical tratada de forma profissional e agregada. O encontro não foi só mobilizador, mas conseguiu trazer forças importantes até então dispersas no cenário nacional e que se somam a uma ideia de negociar e lutarem conjunto, de igual para igual diante dos conglomerados cada vez mais compactos. Ficamos ainda mais convencidos deste caminho ao termos a oportunidade de protagonizar a presença e a participação ativa de companheiros valorosos que, agora, passam a integrar a nossa força nacional, a Fenattel, dando a ela uma capacidade renovada de representar o conjunto nacional do Movimento Sindical Telefônico. Só este papel que cumprimos já seria suficiente para termos ganhado o ano no campo institucional e da eficiência do trabalho que passamos a executar com maior determinação. Se os desafios são monumentais, são – muitas vezes – virtualmente intransponíveis, é também verdade que estamos mais preparados e mais experientes para enfrentar todos os tipos de adversários, seja em que campo for. Sergio Domingues da Silva Presidente do Sinttel-SC
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