JULHO DE 2012
Cada vez mais atentos, como sempre!
É um mês de desafios, sem dúvida, e – talvez – o mais emblemático do ano ao analisarmos a complexidade das duas negociações de Acordos Coletivos de Trabalho que acabamos de concluir, na Tivit e na RM Telecom. Tamanhas provas de fogo são máximas que vamos carregar para nortear os próximos, até dezembro.
No entanto, vale dizer, que o momento não nos surpreende, não consiste nenhuma novidade, mas advertência e reciclagem de energias para enfrentar os novos embates em rodadas que se sucedem pelo Estado.
Quando afirmamos ser emblemático, desafiador, é que estamos falando do tom das conversas, da reafirmação da mesma batida que acompanhamos e encaramos nas mesas em processos negociais. O aprofundamento e o tecnicismo dos nossos interlocutores se aprimoram no sentido de tirar do trabalhador o máximo de produção, dando-lhe o mínimo de valorização, ou seja, salários e benefícios.
O que nos prende a atenção e exige redobrado cuidado são as fórmulas – cada vez mais ousadas e de aparência positiva, contendo os mesmos números – vez por outra até menores – com a mesma soma final para o pagamento dos Recursos Humanos e do trabalho. Ou seja, ser não estivermos atentos o suficiente, tem-se a impressão de passos à frente, quando podem ser apenas movimentos ao lado, na melhor das hipóteses.
Este artifício muitas vezes engenhoso e até criativo, evidentemente, corresponde a uma resposta de reciprocidade de igual ou maior repercussão da nossa parte na hora de negociarmos um Acordo. É isso que a nossa Categoria espera e, certamente, é assim que estamos nos comportando diante desses sempre reposicionados agentes negociadores.
O que é importante dizer nesta hora é que as peças e as estratégias são as tradicionais, mesmo que as luzes do cenário possam ter outras cores, outros enfoques e tonalidades. As armas usadas nesta batalha são as de sempre e os mecanismos de disparo também continuam os mesmos. É bom que esta lembrança seja feita invariavelmente.
Do lado de cá da mesa temos a percepção exata da evolução ou involução das propostas, com certeza. A experiência, a maturidade e os procedimentos muitas vezes requerem uma intervenção cirúrgica, de alta exatidão. No entanto, quando for preciso vamos estar sempre prontos a lançar mão de artefatos solenemente guardados entre as nossas melhores munições. Não seria prudente, a quem quer que seja, pagar para ver.
No entanto, as batalhas nos ensinam que sempre há uma hora certa para uma situação peculiar. Nem sempre o fogo mais potente é o mais adequado. Vez por outra, seu uso pode ser uma simples provocação premeditada para nos enfraquecer. A isso se responde com cautela, com sabedoria, sem paixões, com incisões profiláticas e de resultados.
Anos de estrada, com renovadas energias e bem acompanhada pela Categoria, a direção do Sinttel-SC sente-se no seu melhor momento para pegar de frente essas novas e permanentes rodadas de negociação e sabe muito bem identificar seus interlocutores mais ou menos especiais. A eles a nossa mais caprichada ação sindical, tendo sempre como fortaleza a confiança e a parceria do trabalhador telefônico catarinense.
Sergio Domingues da Silva
Presidente do Sinttel-SC