JANEIRO DE 2014
Aniversário de 50 anos do Sinttel-SC
Desde o início do sonho de homens e mulheres trabalhadores de telecomunicações de Santa Catarina, lá se vão 50 anos de muita luta, empenho, coragem, lagrimas suor e sangue daqueles que levantaram a bandeira na defesa do direito dos trabalhadores. Ela se mantém desfraldada, lembrando a todos que aqui existe uma fortaleza inexpugnável, que não se abala nem transige quando está em jogo o direito do trabalhador.
Passaram por este Sindicato grandes dirigentes sindicais, que de sua maneira escreveram parte desta linda história de lutas e conquistas. Eles enfrentaram desafios, desde os difíceis tempos da ditadura militar, quando era fundado o Sinttel de Santa Catarina, em 1964.
Mesmo durante os piores anos de chumbo os dirigentes catarinenses jamais desistiram de manter a entidade viva, aberta e atuante, garantindo sua continuidade até os dias de hoje. Firme e sólido o nosso Sinttel chega ao seu cinquentenário de cabeça erguida, com boas histórias para contar.
Neste momento de júbilo e congraçamento, lembramos e agradecemos a todos que nos ajudaram a chegar até aqui.
Por fazer parte desta história desde 1982, quando ingressamos no Sinttel-SC, onde exerci os mais diversos cargos diretivos e, desde 1992, como presidente, sinto-me orgulhoso e integrante de eventos marcantes desta história tão bonita.
Lutas marcadas por enfrentamentos judiciais, iniciados em mobilizações e assembleias em 1983, impensáveis durante o regime de exceção, questionando direitos trabalhistas, com sérios riscos e ameaças ao próprio emprego.
Início de negociações na década de 80, que trouxeram a transformação das relações trabalhistas, com um salto de qualidade de vida dos nossos trabalhadores, com conquistas salariais, vantagens e benefícios, como tíquetes refeição, alimentação; licença prêmio; plano de assistência médica, odontológica; auxílio creche; auxilio para dependente especial; auxílio educação; anuênio e muitos outros.
Apesar de todos os avanços, na passagem das décadas de 80 e 90, começamos a enfrentar o nosso maior desafio que já tivemos: a privatização das telecomunicações no Brasil.
Por quase uma década, empreendemos uma verdadeira batalha, com mobilização da categoria, autoridades politicas, assim como setores do executivo, além das organizações não governamentais, como a OAB, ABI, ABL, entre outras, para que junto com a nossa Federação, a Fenattel, cerrássemos fileiras contra a forma de privatização que acabou se implantando no País.
Vivenciamos, então, tudo aquilo que antevíamos nas relações de trabalho com a privatização. Com a precarização e desestruturação de nosso segmento, passamos a amargar os processos de demissão em massa, com a quase aniquilação de nossos trabalhadores e a terceirização desenfreada, a quarterização e até a gatunização daqueles que surgiram para trabalhar em nossa categoria.
O nosso Movimento Sindical parecia esfacelado, nada igual àquela categoria unida e sindicalmente politizada, com filiação acima de 90 por cento antes da privatização. A extinção do sistema estatal nos deixava fracos, desorganizados, com cerca de 300 associados em Santa Catarina.
De imediato, reiniciamos nossa trajetória como Sindicato. Fomos em busca da reaproximação de nós mesmos, do que havia sobrado, do que passamos a ser no modelo privatizado.
Reunimos, então, nosso exercito, renovamos e partimos em busca do renascimento de nossa estrutura. Mais uma vez demos uma inequívoca prova do brio, valentia, ousadia e dedicação da categoria e de seus dirigentes. Em meados da década do novo milênio já éramos mais de 4.500 associados!
É inegável que com as privatizações a oferta de serviços cresceu de maneira a atender toda a demanda reprimida, mas também inegável foi a elevação assombrosa das tarifas. A contrapartida foi cara: a qualidade de serviços prestados e o atendimento dado aos clientes assinantes nunca e jamais foram tão precários e deficientes.
As condições de trabalho foram radicalmente modificadas. A privatização, sem dúvida, nos levou a intensificação da ação sindical diante das agressões aos trabalhadores, desde salários aviltantes; a não observação da legislação vigente com descumprimento de acordos coletivos; falta de pagamentos; descontos indevidos; assédio moral; ameaças constantes aos trabalhadores quanto à garantia de emprego; e uma tentativa constante de desacreditar o Sindicato, dificultando a ação sindical, e até disseminando inverdades para tentar iludir os trabalhadores!
Nesta quadra de lutas é onde nos encontramos agora. Com sensatez, os 50 anos nos trazem, com maturidade adquirida e a permanência na trincheira de sempre, para enfrentar a boa luta, aquela que nos propusemos na chegada aqui no Sinttel-SC.
Com toda a certeza, nossa luta e nossa tarefa de dirigente do Sinttel-SC é uma historia de êxito. E tem sido fundamental o apoio inconteste recebido de nossos colaboradores diretos, aqueles que diariamente tocam o dia a dia da Entidade, aos empregados e assessores o nosso mais profundo agradecimento.
Há uma menção especial nesta data: nossas lutas e batalhas, sempre contaram com o apoio das entidades de primeiro, segundo e terceiro graus, Federação, Confederação e nossas Centrais Sindicais, a extinta
CGT, hoje UGT, além das Federações co-irmãs, que sempre cerraram fileiras ao nosso lado, apresentando apoio incondicional, por conhecerem nosso direcionamento e finalidade.
A todos – neste mês de janeiro/2014, data dos 50 anos de fundação do Sinttel-SC, o agradecimento do fundo de nossos corações!
Como presidente do Sinttel-SC, faço um agradecimento aos familiares de nossos dirigentes e a minha família em especial, que – muitas vezes – se viram preteridas em virtude das nossas intransferíveis tarefas, esta atividade de dirigente Sindical, uma missão de verdadeiro sacerdócio!
Por fim, conclamamos todos a se juntarem a esta caminhada do Sinttel-SC, por mais uma cinquentenário, em 2064.
Que Deus nos abençoe!