Após a nota de esclarecimento de risco de ser rebaixada pelas agências Standard & Poor’s (S&P) e Fitch, na semana passada, a Oi vai negociar com seus credores para que aceitem transformar as dívidas em ações com um deságio que pode ficar entre 70% e 80%, de acordo com fontes a par do projeto. Ao fim do terceiro trimestre de 2015, a Oi tinha uma dívida líquida de R$ 37,241 bilhões.
Devido à elevada probabilidade de entrarem novos acionistas na Companhia, os principais executivos da Oi já negociam com o Conselho de Administração um contrato conhecido como golden parachute (“para-quedas dourado”), que prevê aos principais executivos o pagamento de uma espécie de indenização, já que o resultado de processos como o atual implica mudanças na diretoria.
— Essa é a proposta hoje: Haverá uma discussão com todos os credores a aceitarem transformar dívida em ações com deságio de 70% a 80%. Claro que os credores não vão querer e vão tentar reduzir esse deságio. Mas é certo que todos terão de aceitar parte da perda. A dívida da Oi, que está cada vez maior, começou lá atrás, quando ela se endividou para comprar a Brasil Telecom.
BTG PACTUAL PERDE ESPAÇO NA OI
Segundo informações, existe o risco de parte dos credores não aceitar a oferta que será feita por Oi e PJT. Com isso, há quem espere um processo lento, que poderia se arrastar na Justiça:
— A Oi tem pressa para que esse processo ocorra logo porque, com os rebaixamentos da semana passada, obter crédito vai ficar cada vez mais caro.
Como o foco da Oi resolver o mais rápido possível seu nível de endividamento, Companhia não busca mais a consolidação com a TIM, do grupo italiano Telecom Italia. No mês passado, o fundo de investimento LetterOne, do bilionário russo Mikhail Fridman, informou que a Telecom Italia não tinha interesse na fusão com a Oi. Caso o negócio fosse para frente, a LetterOne iria aportar até US$ 4 bilhões na Oi. Dessa forma, o BTG Pactual, que foi contratado como comissário mercantil pela Oi para buscar alternativas de consolidação, perdeu espaço na companhia.
— A Oi está sendo sufocada pela dívida. Além disso, o cenário mercadológico do Brasil é trágico, com cancelamentos de linhas em todo o país e alta na inadimplência — destacou outra fonte.
— Se a Oi entrar em recuperação judicial, nada muda do ponto de vista regulatório. Ela só teria de devolver a concessão ao governo caso entrasse com pedido de falência — disse uma fonte do governo.
Enquanto tenta resolver sua dívida, a Oi vem tocando suas operações. Para 2016, o objetivo é melhorar a atividade operacional para atender às demandas dos clientes com foco na convergência, na digitalização e no controle de gastos, um processo que começou no fim de 2014, com demissões em massa e revisão de contrato com fornecedores. O mercado estima uma geração de caixa operacional de rotina entre R$ 7 bilhões e R$ 7,4 bilhões em 2015, dentro da meta anunciada pela companhia.
O Sinttel-SC vem acompanhando o desfecho dessa situação.
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