O SINTTEL-SC, o SINTETEL, o SINTTEL-MS e o SINTTEL-PR, juntamente com a FENATTEL, participaram do encontro mundial da Aliança Sindical com a empresa Vivo/Telefônica. O encontro, que aconteceu em 17 e 18 de outubro, em São Paulo, foi idealizado e mediado pela UNI (Sindicato Global).
Também prestigiaram o evento companheiros de outras federações e representantes de sindicatos dos países latino-americanos, onde a Telefônica atua como: Argentina, Chile e Peru.
Do lado patronal, estiveram presentes os principais executivos de RH da Telefônica: Marta Machicot, representante Global do RH da Telefônica; Tatiana Espinosa, RH Global da Telefônica; Luiz Xavier, diretor do RH Brasil, Raquel Fernandez, da gestão de habilidades Global da Telefônica, Marcio Afonso, diretor de Relações Sindicais do Brasil, Juan Carlos Mariano Peri e Manuel Crespo, ambos representantes da Telefônica HISPAM.
O intuito do encontro foi conhecer o planejamento estratégico da empresa e esclarecer as demandas apresentadas pelos sindicatos, referente à relação da Telefônica com os trabalhadores nos países em que ela atua.
Durante o evento, os sindicatos presentes questionaram à operadora sobre terceirização, diversidade, formação, introdução de novas tecnologias, demissões, questões de gêneros, dentre outros.
O SINTTEL-SC foi representado pelo presidente, Rogério Soares, que também é secretário-geral da FENATTEL, que reivindicou a questão dos 100 mil trabalhadores terceirizados no Brasil que não têm as mesmas condições e qualidade de trabalho que os demais trabalhadores da empresa, como plano de saúde, vale alimentação digno, garantia de benefícios, PPR, dentro outros. O presidente ainda salientou que este grupo de trabalhadores é a linha de frente na execução dos serviços da VIVO, foram eles que interligaram famílias e clientes durante o prédio de pandemia, precisam ser levados a sério. “Lembrando que temos uma discussão antiga com a empresa, sobre os trabalhadores de campo, tanto da VIVO quanto das terceirizadas, que agregam funções e deveriam ser registrados e remunerados com o cargo de multifuncional”, acrescentou Rogério Soares.
Na visão da FENATTEL há uma preocupação relevante com os planos de demissões e com relação à introdução de novas tecnologias, principalmente aquelas que poderão substituir a mão de obrar física pela virtual. Como é o caso da Tecnologia FWA, que utiliza o aparelho de internet sem fios e auto instalável, ou seja, dispensa a necessidade de um técnico/instalador.
“É um momento de se discutir as novas tecnologias e o futuro das telecomunicações. Isso é de extrema importância para o nosso Sindicato. As relações com a multinacional espanhola foi se solidificando a cada encontro e, com maturidade entre as partes, faz com que as divergências sejam tratadas de forma objetiva e assertiva”, disse Gilberto Dourado, Presidente da FENATTEL.
Para os representantes dos trabalhadores, a preocupação é com o número de empregos e postos de trabalho que serão dizimados. “Essa substituição do homem pela máquina ou inteligência artificial nos preocupa muito, como representantes dos trabalhadores. A introdução de alguns mecanismos, muitas vezes, é considerada uma tecnologia predatória, pois tende dizimar os postos de trabalho. Como sindicalista essa é uma preocupação”, disse Mauro Cava de Britto, secretário Geral do SINTETEL/FENATTEL.
A FENATTEL se mostrou preocupado com os trabalhadores em relação às demissões em massa e PDV’s (Programas de Demissões Voluntárias), após apresentação do plano estratégico da empresa, que será anunciado em 08 de novembro e foi definido como GPS (sigla que norteia o crescimento, a rentabilidade e a sustentabilidade da empresa).
O Sindicato também questionou o RH Global da Telefônica se há projetos referentes as demissões e PDV’s, especificamente no Brasil.
Segundo Tatiana Espinosa, vice representante Global da Telefônica, no que se refere às demissões, o assunto não está dentro do escopo de planejamento estudado pela companhia, pelo menos, por hora, no Brasil.
Outro ponto abordado foi com relação à formação da categoria. “É importante dar oportunidades aos trabalhadores para se qualificarem, requalificarem e se desenvolverem para acompanhar as novas tendências de mercado. Que isso seja enfatizado dentro do projeto de planejamento futuro da Telefônica”, disse Cristiane do Nascimento, diretora Social do SINTETEL.
Quanto ao questionamento sobre a relação da Vivo/Telefônica com as empresas terceiras, há uma preocupação por parte dos sindicatos com relação à precarização desses postos de trabalhos. Segundo os dirigentes, as empresas mais baratas, muitas vezes não são regulamentadas. Isso gera prejuízo que, por vezes, afeta diretamente o trabalhador.
Sobre a relação da operadora com suas empresas contratadas, o diretor de RH da Telefônica no Brasil, Luiz Xavier, esclareceu que por parte da empresa há uma preocupação muito grande, principalmente com relação a estrutura dessas terceiras. Afirmou ainda que a Vivo possui uma equipe que trata e acompanha as terceirizadas, e que ainda as auxilia com programas de formação e qualificação de mão de obra.
O encontro foi finalizado com um plano de ação que será documentado pelos sindicatos presentes e encaminhado à empresa e às entidades sindicais.
Será organizado um plano de ação entre os sindicatos presentes. Na ocasião, foi firmado o compromisso entre as entidades, na qual discutirão com a Telefônica as questões e relações pontuais de cada sindicato.
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