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Novos modelos de contratação e a flexibilização do trabalho no Brasil

A flexibilização das relações de trabalho no Brasil tem ganhado força nas últimas décadas com o surgimento de novos modelos de contratação, como a uberização, terceirização e pejotização.

Embora apresentados como soluções para modernizar o mercado de trabalho, esses modelos têm levantado questões sobre precarização, ausência de garantias e insegurança para os trabalhadores.

Continue lendo para entender as principais características e impactos desses modelos:

Uberização
Modelo baseado em plataformas digitais, como Uber, iFood e Rappi, que conectam trabalhadores autônomos a consumidores de serviços.

  • Características:
  • Trabalhadores não possuem vínculo empregatício.
  • Ganhos são por produtividade ou demanda.
  • Sem garantias trabalhistas, como férias, 13º salário ou seguro-desemprego.
  • Impactos:
  • Mais de 1,6 milhão de trabalhadores no Brasil são impactados pela ausência de direitos mínimos.
  • Baixa previsibilidade de renda e custos operacionais (gasolina, manutenção de veículos) recaem sobre o trabalhador.

Terceirização
Empresas contratam trabalhadores por meio de intermediários (terceirizadas), especialmente em setores como asseio, vigilância e logística.

  • Características:
  • Contrato regido pela CLT, mas mediado por uma empresa terceirizada.
  • Alta rotatividade e menor controle sobre condições de trabalho.
  • Impactos:
  • 90% dos trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão são terceirizados.
  • Salários mais baixos e aumento da desigualdade no ambiente de trabalho.

Pejotização
Contratação de trabalhadores como pessoa jurídica (PJ) em vez de carteira assinada.

  • Características:
  • Trabalhadores precisam abrir CNPJ para prestar serviços.
  • Custos de impostos e benefícios recaem sobre o trabalhador.
  • Impactos:
  • Perda de direitos básicos, como FGTS e 13º salário.
  • Isolamento do trabalhador em negociações coletivas e aumento da vulnerabilidade econômica.

Veja esses dado sobre a flexibilização no trabalho:

  • Mais de 20 milhões de pessoas no Brasil trabalham como terceirizados.
  • 1,27 milhão de pessoas atuam como motoristas e entregadores de aplicativos, dependendo exclusivamente da demanda instável das plataformas.
  • Em muitos países, como Japão e Inglaterra, a proteção a trabalhadores “uberizados” inclui salário mínimo e benefícios sociais, ao contrário do Brasil.

Embora esses modelos prometam flexibilidade e autonomia, os dados revelam que a precarização do trabalho, a insegurança econômica e a ausência de direitos fundamentais são consequências diretas para milhões de trabalhadores.

A regulamentação e fiscalização são indispensáveis para assegurar condições justas e dignas no mercado de trabalho. Conte com o SINTTEL-SC para garantir seus direitos.

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